
O seu impacto na economia e na vida de muitas populações é enorme. Em Novembro de 2008, formou-se uma nuvem de gafanhotos na Austrália que se estendia ao longo de seis quilómetros. Mas o continente africano e a China são vítimas periódicas desta praga destruidora de colheitas. Mas, mesmo depois de se ter determinado que estes animais são sempre a mesma espécie, que passa por uma extraordinária de aspecto e comportamento, há 90 que se procurava o gatilho que a desencadeava. “Ninguém tinha sido capaz de identificar as modificações no sistema nervoso que transformam gafanhotos bastante anti-sociais em monstruosos bandos. A resposta tem sido procurada pelos cientistas há quase 90 anos”, disse Michael Anstey, o primeiro autor do trabalho, citado num comunicado de imprensa da Universidade de Cambridge (Reino Unido). Uma série de experiências feitas na espécie “Schistocerca gregária” permitiu determinar que os animais que estão no auge do comportamento gregário, formando bandos, têm três vezes mais serotonina no seu sistema nervoso do que os solitários e pacatos gafanhotos no seu estado normal. O sinal que desencadeia os passos iniciais da formação de bandos prende-se com o risco de fome — quando há animais a mais para os recursos disponíveis. “À medida que o ambiente desértico em que vivem se vai tornando mais seco, procuram comida, o que faz com que se aproximem cada vez mais”, comentou Stephen Rogers, outro autor da investigação.