14 de outubro data também do Aniversário - do poeta e. e. Cummings aqui fica este poema tão extraordinário...
algures onde eu nunca viajei, alegremente além de qualquer experiência, os teus olhos têm o silêncio: no teu gesto mais frouxo há coisas que me prendem, ou que não posso tocar de tão próximas que estão o teu mínimo olhar há-de facilmente desprender-me embora eu me tenha cerrado como dedos, tu sempre me abres pétala a pétala como abre a primavera (tocando hábil, misteriosamente) a primeira rosa
mas se o teu desejo for encerrar -me, eu e a minha vida fecharemos em beleza, de repente como quando o coração desta flor imagina a neve em tudo cuidadosa descendo;
nada do que existe para ser sentido neste mundo iguala o poder da tua extrema fragilidade cuja textura me submete com a cor dos seus domínios, representando a morte e para sempre em cada alento
( eu não sei o que é que há em ti que fecha e abre, apenas alguma coisa em mim entende a voz dos teus olhos mais profunda que todas as rosas) ninguém, nem mesmo a chuva, tem mãos assim tão finas
e.e.cummings
somewhere i have never travelled, gladly beyond any experience, your eyes have their silence: in your most frail gesture are things which enclose me, or which i cannot touch because they are too near
your slightest look easily will unclose me though i have closed myself as fingers, you open always petal by petal myself as Spring opens (touching skillfully,mysteriously)her first rose
or if your wish be to close me, i and my life will shut very beautifully, suddenly, as when the heart of this flower imagines the snow carefully everywhere descending;
nothing which we are to perceive in this world equals the power of your intense fragility: whose texture compels me with the colour of its countries, rendering death and forever with each breathing
(i do not know what it is about you that closes and opens;only something in me understands the voice of your eyes is deeper than all roses) nobody, not even the rain, has such small hands